O licor é uma bebida alcoólica que pode ser consumida em qualquer época do ano, mas, no São João, o seu consumo aumenta, consideravelmente. Isso porque, nesse mês de junho, a temperatura costuma cair, permitindo assim, o consumo de uma bebida mais quente. Durante os festejos juninos, também são oferecidos vinhos e quentões, mas, é o licor que mais caracteriza a festa!
De acordo com o artigo, Tecnologia, Composição e Processamento dos licores,
“A palavra licor é de origem latina “lique facere” e significa fundido ou dissolvido em líquido (CLUTON, 1995). A definição de licor é bastante variada, contudo, todos os autores mencionam os elementos principais de um licor que é uma bebida dita “por mistura” composta de uma fonte alcoólica, uma fonte de sabor, e uma fonte de açúcar (TEIXEIRA et al., 2007). Portanto, licores são bebidas alcoólicas que levam açúcar e produtos aromáticos tais como extrato de plantas e frutas, as destilações destas, sucos de frutas e óleos essenciais (HEBERT, 1989).”
O licor é, portanto, constituído, basicamente, de três ingredientes: álcool, xarope de açúcar e aromatizante. Nas receitas mais modernas, podem ser acrescentados leite condensado e também corante. É um bebida que pode ser aromatizada e saborizada através de essências, frutas, raízes, sementes, ervas, flores e até cascas de vegetais, in natura ou desidratadas.
“O segredo da qualidade de um licor está na perfeita combinação de ervas ou frutas, álcool e açúcar, que resultará em um produto integrado e harmônico entre cor, aroma e sabor” (SOUZA E BRAGANÇA, 2001)
O protagonista da cena é o Licor de Jenipapo. Mas, outros licores têm conquistado espaço na mesa como os de menta, cajá, passas, graviola e maracujá. Muito saboroso, é servido para agradar aos convidados da festa: ou como um aperitivo, oferecido para estimular o apetite, ou ainda como digestivo, após a “comilança”.
A origem
Os licores são produzidos em várias regiões do mundo, de forma artesanal ou industrial, desde há muito tempo atrás. Engana-se quem pensa que o licor é produto brasileiro.
“Países como Holanda, França, Espanha e Itália produzem os licores mais conhecidos do mundo, entre os quais pode-se citar o Cointreau (a base de casca de laranja), Bénedicte (a base de ervas), Advocaat (a base de ovos), Cherry Brandy (a base de cereja) e Amarula (feito do fruto da amarula), dentre outros” (TEIXEIRA, 2004)
Ainda de acordo com o artigo Tecnologia, Composição e Processamento dos licores,
“não há um consenso sobre a data e o local onde os licores foram criados pela primeira vez, o mais certo é que vários tipos de licores surgiram em épocas e locais distintos. De qualquer forma, nota-se que se trata de uma bebida muita antiga, que foi criada envolta a um clima de magia e que até os dias atuais está relacionado a tradições de cada região produtora.”
Brasil, Bahia, Licor
O recôncavo baiano é uma região muito conhecida pelas suas belezas naturais. Mas, outro fator dá destaque a essa região, principalmente nessa época de festas juninas: a produção de licor. O município de Cachoeira, localizado a 111km de Salvador, é como um polo de fabricação desta bebida. Lá, encontra-se mais de 20 fábricas artesanais de licor sendo a mais famosa, a Roque Pinto.
Em São Sebastião do Passé, a 51km da capital baiana, está Fátima Portugal. Mais conhecida como Tia Fátima, ela também é considerada uma grande licorzeira. Além desses municípios, outras cidades baianas também são conhecidas pela sua produção de licor: Amargosa, Conceição do Jacuípe, Itajuípe, Amélia Rodrigues, entre outros…
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Referências teóricas:
Penha, Edmar das Mercês. Licor de frutas / Edmar das Mercês Penha; Embrapa Agroindústria de Alimentos. – Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2006. 36 p. ;
O São João como tradição cultural, identitária e sinônimo de desenvolvimento através do turismo no município de Ubaíra -BA. Disponível aqui
Influencia da preparação do Licor de Jabuticaba (Myrciaria Jaboticaba Vell Berg) no teor de compostos fenólicos. aqui
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