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Chegou o mês de junho e, com ele, as festas de São João. É hora de pular fogueira, soltar fogos, se vestir de caipira, dançar quadrilha e comer muitas coisas gostosas! É também tempo de homenagear os santos Antônio, João e Pedro, da igreja católica. Mas, existe outro motivo para tanta festa durante o mês de junho! Você sabe qual é?!
Festa para comemorar a fertilidade da terra
Todos sabem que durante as festas de São João, ocorridas no mês de junho, homenageia-se Santo Antônio, no dia 13, São João, no dia 24 e São Pedro, no dia 29… Os festejos juninos que ocorrem no Brasil, principalmente na região Nordeste, tem origem na Europa. Durante a Idade Média, foi cristianizada como Festa de São João, por se tratar de um evento religioso que exalta os santos católicos de Portugal.
O que poucos sabem é que, depois de trazida para o Brasil, no período colonial, a festa Joanina ganhou outras interpretações. Afastou-se do sentido religioso e assumiu uma ligação maior com a terra e com as origens brasileiras. Portanto, além da celebração de cunho religioso, as festas de São João no Brasil celebram também outro fator: a fertilidade da terra.
De acordo com o artigo “Festa junina: síntese de uma mistura cultural”,
“Com o passar do tempo, o significado e o nome original da festa, a princípio conhecida por Festa Joanina foram descaracterizados, pois ‘a festa passou oficialmente a ser comemorada no mês de junho, mês em que se comemora a colheita do milho no Brasil; quando os rios estão baixos e o solo pronto para enfrentar o plantio’” (VITALLI, 2008, p.21).”
Já o artigo “A festa do maior São João do mundo”, diz que,
“O São João é a principal festa de todo Nordeste. De origem rural, representa a mudança de estação climática e a chegada do ciclo da fartura proporcionada pela colheita do milho e do feijão, além de marcar a crença no santo que representa a purificação e regeneração da vegetação e das estações.”
Podemos assim dizer que, apesar das muitas influencias externas (não só vindas de Portugal) as raízes culturais brasileiras foram preservadas durante os festejos juninos. A culinária é uma das maiores contribuições, visto que o milho, inicialmente plantado pelos índios, é ingrediente fundamental para os diversos pratos típicos da época.
Junho é o mês do milho
Junho é marcado pela colheita do milho. Não é à toa que a culinária dessas festas é farta de pratos feitos com este alimento. Reza a tradição que, se plantado no dia 19 de março, dia de São José, e houver chuva, não faltará milho para forrar as mesas de iguarias juninas. Dentre as delícias feitas com este grão estão: a canjica, pamonha, o mugunzá, o próprio milho cozido, o cuzcuz, a pipoca, bolo de milho, o arroz doce e muito mais.
Apesar de comemoradas em todos os cantos do Brasil, é no Nordeste que as festas ganham mais expressão. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades juninas para agradecer as chuvas raras que caem na região durante esse período e que servem para manter a agricultura.
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Referências teóricas:
Rangel, Lúcia Helena Vitalli Festas juninas, festas de São João: origens, tradições e história / Lúcia Helena Vitalli Rangel. – São Paulo: Publishing Solutions, 2008.
Festa junina: síntese de uma mistura cultural, Cleonildes Aquino Da Costa, Sena Madureira, 2012
Nóbrega, Zulmira. A festa do maior São João do mundo : dimensões culturais da festa junina na cidade de Campina Grande / Zulmira Nóbrega. – 2010. 316 f. : il. + 1 DVD
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