Aline Pereira é bacharel em Nutrição pela Universidade Federal da Bahia (2015). Especialista em Nutrição Materno Infantil pela Estácio (2016). Realizou estágios na área de Nutrição Clínica e Nutrição Esportiva. Atuou na modalidade de bolsista do Centro de Estudo e Intervenção na Área do Envelhecimento- CEIAE da UFBA. Atuou como estagiária voluntária no Núcleo de Nutrição e Políticas Públicas da Escola de Nutrição da UFBA e também do Núcleo de Orientação Nutricional do Atleta- NONA na Universidade Estadual da Bahia (UNEB). Participou como estagiária do Projeto de Extensão em Prática Clínica do Consultório Dietético da UFBA. Atualmente atua com atendimentos em Nutrição Clínica e Nutrição Esportiva
Sobre os benefícios para a saúde ao aproveitar integralmente os alimentos
Você costuma jogar as cascas e as sementes no lixo?
O Brasil está entre os dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo. Com dados atuais (junho, 2016), são desperdiçados em média 41 mil toneladas de alimentos por ano no nosso país, segundo Viviane Romeiro, coordenadora de Mudanças Climáticas do World Resources Institute (WRI). Isso gera, além do prejuízo econômico, diversos problemas ambientais como desperdício de água, aumento do volume de resíduos, desgaste do solo.
O desperdício é um sério problema na produção, abastecimento e consumo dos alimentos, ocorrendo não só em plantações, transporte e armazenamento, mas também na compra e preparo dos alimentos. Estudos mostram que grande quantidade de alimentos em condição de consumo é perdida, o que seria suficiente para alimentar milhões de pessoas.
Então, o que podemos fazer por isso? Uma alternativa simples, mas de grande importância é o aproveitamento integral dos alimentos.
O aproveitamento integral visa o consumo dos alimentos em sua totalidade de maneira higiênica e saudável, ou seja, além da polpa e sumo das frutas e verduras, são utilizadas as casas, sementes, bagaços e talos. Essa prática promove muito mais do que economia, através dela é possível viabilizar uma alimentação mais saudável, rica em fibras e nutrientes com redução de alimentos industrializados, ricos em gordura e açúcares, prejudiciais à saúde.
De maneira geral as cascas das frutas e verduras apresentam maiores concentrações das vitaminas, mineiras e excelentes concentrações de fibras, principalmente da pectina, uma fibra solúvel que forma um gel e controla a velocidade de absorção de gorduras, confere saciedade e é utilizada para formação de gel também no preparo de alimentos. As sementes, de maneira semelhante, também são mais concentradas em nutrientes quando comparadas com as polpas, apresentando em muitos casos, fitoesteróis e ácidos graxos ômega 3 e 6 que são utilizados como controle de colesterol e efeitos sobre processos inflamatórios.
Muitos benefícios para a saúde podem ser obtidos através do consumo de cascas, sementes e talos. Vamos citar alguns exemplos:
– Abóbora
Boa fonte de betacaroteno e minerais como potássio e cálcio e com baixa concentração de gorduras e sódio. E utilidade para saladas e purês. As suas sementes são ricas aminoácidos, em especial, o triptofano (que pode ser convertido em serotonina – sensação de bem-estar). É boa fonte de gordura vegetal e fitoesterol, podendo ajudar no controle do colesterol. Boa fonte de fibra e magnésio (que atua na produção de energia e contração muscular). É considerado um alimento alcalinizante para o pH do corpo (associado prevenção de dores).
– Maracujá
Sua polpa tem sabor azedo bem específico e rica em vitamina A, C e minerais fosforo, sódio e potássio, é utilizada para sucos, mousses, molhos. Suas folhas são utilizadas no preparo de chá com propriedades calmantes, para combate à insônia e ansiedade. A casca do maracujá é rica em pectina. Um tipo de fibra solúvel eficiente para aumento de saciedade, controle glicêmico e do colesterol, pode ser adicionada em sucos, iogurtes ou produtos de panificação.
– Melão
Tem a polpa com grande teor de água é excelente para hidratação e tem efeito diurético, além de nutrientes como cálcio, fósforo e ferro e tem baixa caloria por porção. É rico em flavonóides antioxidantes, como o betacaroteno, luteína, zea-xanthin e criptoxantina. Estes antioxidantes têm a capacidade de ajudar a proteger as células e outras estruturas no corpo de radicais livres de oxigênio. Pode ser consumido in natura em saladas e sucos, assim como sua casca. Sua casca possui ainda mais fibras, cálcio, potássio e fósforo do que a polpa. Suas sementes são ricas em cálcio e magnésio e muitas vezes utilizadas por vegetarianos para produção de “leite vegetal”.
Lembre-se que para essa pratica de consumo dos alimentos de maneira integral é necessário ficar bem atento ao processo de higienização. Clique aqui e confira matéria sobre como higienizar os vegetais.
Aline Pereira
Nutricionista
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